Fórum da Pessoa em Situação de Rua: a necessidade de políticas públicas

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No dia 26 de setembro de 2018, ocorreu no Auditório da Uni-FACEF o Fórum Municipal de Atenção à População em Situação de Rua, organizado pelo Conselho Municipal de Assistência Social(CMAS), Fórum Municipal de Trabalhadoras (es) do SUAS, DRADS Franca, Núcleo de Cidadania Ativa da Unesp – Franca, Pastoral do Menor, Associação PROREAVI e FEAPAES.
Os principais objetivos do Fórum foram a discussão sobre os direitos e os serviços destinados às pessoas em situação de rua, visando romper com o preconceito e as atitudes discriminatórias a que esta parte da população está sujeita e articular os diferentes atores e órgãos envolvidos na garantia dos direitos destes cidadãos, propondo a integração e a busca de ações mais efetivas.
O evento foi iniciado as 8:30 com uma mesa composta por representantes da Polícia Militar, dos Conselhos de Saúde e Assistência Social, das Secretarias de Assistência Social e Educação, da DRADS e da população em situação de rua. Nela foram destacados a importância de uma ação conjunta entre a Saúde, a Assistência Social e Educação; também salientou-se a necessidade do aumento de políticas públicas para a população em situação de rua.

Da esquerda para a direita:Jaider Alexandre (ACIF), um representante da Polícia Militar, da DRADS, do CMAS, do Secretário de Ação Social, o Secretário Municipal de Educação,representante  do Conselho Municipal de Saúde e das pessoas em situação de rua.
Ronaldo Rogério representando o Secretário de Ação Social Vanderlei Tristão
                                                                                                                                                                 
Após a abertura houve uma apresentação cultural realizada pelos usuários do Centro Pop: “O Cordel de Rua”, que contou com diversos poemas autorais sobre suas vivencias inspiradoras marcadas por rejeição e perseverança e sobre a sensação de acolhimento que o Centro Pop levou a suas vidas, emocionando os participantes do evento.
Cordel de Rua
                                                     
            Ocorreram exposições de Darcy da Silva Costa, coordenador do Movimento Nacional da População em Situação de Rua e de Edvaldo Gonçalves de Souza, coordenador do Movimento Estadual da Pessoa em Situação de Rua. Ambos apontaram os problemas que enfrentam esta parte da população e como o diálogo com os políticos a respeito deste tema é de extrema dificuldade, por desinteresse dos mesmos.
Da esquerda para a direita: Darcy da Silva Costa, coordenador do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, de Edvaldo Gonçalves de Souza, coordenador do Movimento Estadual da Pessoa em Situação de Rua e Jaider Alexandre (ACIF)
            No período da tarde uma mesa foi formada pelos representantes do CMAS, do Centro Pop, do Consultório na Rua, Serviço de Acolhimento e da população em situação de rua. Nela foram destacadas as dificuldades que os serviços enfrentam com pouco pessoal e recursos, a necessidade de uma visão mais humanizada da sociedade para com estas pessoas e a falta de concordância dos serviços com as ações higienistas promovidas pela Prefeitura.
 Maria Inês Coimbra, coordenadora do Centro Pop, exemplificou os avanços que o serviço faz diariamente, possibilitando às pessoas em situação de rua o diálogo, o olhar com as demais pessoas nos olhos e a se acostumarem com banhos diários. Provou com pesquisas a significância do projeto, que conseguiu reinserir 40% de seus usuários no mercado de trabalho, mais de 95 deles saíram das ruas e 300 passaram por tratamentos de dependência química.
O Fórum foi singular, tratou da situação com a devida sensibilidade e profundidade necessárias. Esperamos que espaços como este possam se perpetuar a ponto de representar não somente o entendimento padrão mas também a conduta social predominante. Isto só ocorrerá se as entidades governamentais tiverem o comprometimento condigno de aplicação de tudo o que foi discutido. 
Esperamos que o Fórum consiga efetivar suas propostas, possibilitando um maior articulamento entre a Saúde, a Educação e a Assistência Social, para assim implementarmos efetivamente políticas públicas que atendam satisfatoriamente as pessoas em situação de rua de Franca.

Por Brenda Schiezaro Guimaro (Coordenadora Executiva do NCA- Gestão 2018)

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